Como algo pode ao mesmo tempo
estar tão perto e tão longe?
Eu deveria pensar no futuro só
quando ele se tornasse presente, mas não consigo, é mais forte do que eu. Penso
nele a todo o momento.
Dizem que quem passa seus dias
revivendo o passado ou planejando o futuro acaba não aproveitando o presente
até chegar ao ponto em que não se tem mais passado e nem futuro.
As vezes eu penso que sou
assim e sinto medo, mas... Pensar no futuro me diverte, me alegra, cria em mim
uma expectativa sem tamanho. E quando meus planos estão prestes a se tornar
realidade eu fico tão anciosa que sinto como se fosse explodir.
A anciedade é boa. Planejar é
bom. Viver também é bom.
Planejo enquanto vivo. Quase
morro de anciedade e fico estranhamente feliz por isso.
Viver um dia de cada vez. Essa
vida não é para mim. Quero viver toda a minha vida todos os dias. Quero sonhar,
viver e lembrar a todo o momento.
Quero pensar em cada dia da
minha curta vida e vivê-los e revivê-los em um piscar de olhos. Quero nunca
deixar cair no esquecimento o que conheci, o que aprendi, o que vivi, o que
almejo.
A vida é mais curta do que
pensamos (não, não cheguei a essa conclusão sozinha, apenas aceitei o fato
depois de ouvi-lo de inumeras pessoas, todas mais experientes e célebres do que
eu) e ao vivê-la todos os dias sinto-a maior.
Não preciso de adrenalina para
sentir a intensidade da vida, apenas de mim mesma e do que sou feita. Uma
receita infinita que não pode ser repetida e cada um tem a sua. E cada um
conhece a sua, ou não. E talvez na sua até tenha um pouco de adrenalina, ou
muito.
Não quero que minha vida
inteira passe diante dos meus olhos só quando a morte estiver perto demais para
que sua visita nem um pouco esperada seja inevitável. Quero viver tudo o tempo
todo, e quando chegar o fim sentir que vivi muito mais do que uma vida só.