segunda-feira, 2 de agosto de 2010

primeiro dia de aula

Meu primeiro dia de aula foi assim: abracei quatro ou cinco pessoas, conversei com duas e ganhei um presente de aniversario atrasado. Procurei minha sala, mas não a encontrei. E quando encontro, não entro. Me sento no escuro esperando minha compania favorita chegar. Observo pessoas cometendo o nojento crime de fumar em lugar fechado. Me afasto delas. Quase fico cega de tanto olhar para as luzes do pátio e conto as janelas. São nove de um lado de dezessete do outro. Penso que poderiam ser dezoito. Isso faria bem mais sentido. Retiro da sacola o presente que ganhei e logo em seguida o guardo. Penso em coloca-lo dentro da bolsa, mas não há espaço. E isso me lembra que carrego um livro e que ainda não o terminei. Penso em lê-lo, mas logo desisto. Eu teria que me sentar em outro lugar, pois onde estou a iluminação é péssima. Mas desisto dessa idéia também. Estou confortável e não quero me levantar.
Desistir de tantas coisas em tão pouco tempo me lembra que eu já pensei em desistir disso aqui, desse prédio e de todo o conhecimento que ele tem para mim. Não uma desistência permanente, apenas algo temporário para ajeitar minhas idéias no lugar e descobrir o que eu realmente quero fazer. Então me dou conta de que eu já sei o que eu quero fazer para o resto da vida.
Tenho papel e uma caneta macia em mãos. Começo a escrever.

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